sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O que é realmente a politica

Leio e ouço uma porção de gente conversando política. A maioria delas sem ter o mínimo necessário para falar sobre o mote. Acredito que para dialogar sobre determinado tema seja necessário saber, na pior das hipóteses, o conceito do assunto. Assim, para tratar de política, devo saber o conceito de política. Acontece que esse é um assunto bastante difícil e profundo para ser tratado com rispidez. Vivemos hoje um momento em que a política é questionada, pois, ela é sistematicamente confundida com as ações dos políticos profissionais, principalmente pelos maus políticos.

“A política baseia-se na pluralidade dos homens”, assim diz Hannah Arendt, portanto, ela deve organiza o convívio dos diferentes e não dos iguais. Não há distinção entre política e liberdade, e isso é um conceito que vem desde os antigos gregos, as duas estão associadas à capacidade do homem de agir, de agir em público que era o local original do político. Hodiernamente não se consegue mais pensar assim pelas desilusões em relação ao político profissional e a atuação dele no poder.

A política é uma necessidade imperiosa para a vida humana e, na verdade, tanto para a vida do indivíduo maior para a sociedade. A tarefa da política é a garantia da vida no sentido mais amplo, está diretamente relacionada com a maior aspiração do homem atual: a busca da felicidade.

Nossa ação política deve estar presente em todos os momentos de nossa vida, seja no aspecto privado ou público. Vivemos em família, relacionamos com as pessoas do bairro, no trabalho, na escola, somos partes integrantes da cidade, do estado, do país, influenciamos tudo o que está em nossa volta. Podemos jogar lixo na rua ou não, podemos participar de uma associação, trabalhar como voluntário ou somente sair de casa por dinheiro. Podemos votar num político corrupto ou num bom político, precisamos conhecer verdadeiramente os discursos, as ações dos políticos que nos representam.

Não podemos confundir que política seja simplesmente o ato de votar. Estamos fazendo política como tomamos atitudes em nosso trabalho, quando estamos conversando em uma mesa de bar ou quando estamos bebendo uma cervejinha assistindo ao futebol. Estamos fazendo política quando exigimos nossos direitos de consumidor, quando nos indignamos ao vermos nossas crianças fora das escolas. Conhecemos o Estatuto da Criança e do Adolescente? ou o Código do Consumidor?, a nossa Constituição, nem pensar é grande demais. E que dizer das leis trânsito que estamos a todo momento desrespeitando?

Está presente quotidianamente em nossa vida: na luta das mulheres contra uma sociedade machista; na luta dos portadores de necessidades especiais para pertencerem de fato à sociedade; na luta de milhões de trabalhadores sem terra num país de latifúndios; enfim, na luta de todas as minorias por uma sociedade inclusiva que se somarmos constituem a maioria da população.

Atitudes e omissões fazem parte de nossa ação política perante a vida. Somos responsáveis politicamente pela justiça social e uma sociedade verdadeiramente democrática para todos.

Então, quem está discutindo política fora desse contexto, pra mim, precisa urgentemente rever seus conceitos.

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